As autoridades de segurança alimentar ordenaram a retirada imediata destes peixes por conterem substâncias contaminantes.
As autoridades europeias de segurança alimentar emitiram dois alertas no passado dia 21 de fevereiro devido à presença de substâncias nocivas para a saúde em dois tipos de peixes provenientes de Espanha. A Comissão Europeia, por seu lado, classificou a situação como «grave» devido aos riscos para a saúde.
O Sistema de Alerta Rápido para Alimentos e Rações (RASFF) detectou uma alta concentração de sulfonato de perfluorooctano (PFOS) em carpas espanholas e níveis excessivos de mercúrio em peixes-espada. Devido a esses riscos, Espanha e França ordenaram a retirada do produto do mercado, e a França iniciou a recuperação do peixe já distribuído aos consumidores.

Quais são os peixes perigosos para a saúde?
Os PFOS pertencem ao grupo dos PFAS, compostos químicos que podem contaminar alimentos e água potável. Estes compostos estão associados a vários problemas de saúde graves, como danos hepáticos, doenças da tiróide, obesidade, infertilidade, atrasos no desenvolvimento infantil, colesterol elevado e, em casos extremos, cancro.
Por sua vez, o lote de peixe-espada proveniente de Espanha foi retirado do mercado após uma notificação da Itália. A União Europeia emitiu um alerta «grave» devido à deteção de níveis de mercúrio superiores aos limites legais, o que pode ser prejudicial para a saúde.

O excesso de mercúrio pode causar efeitos tóxicos em vários órgãos e sistemas, incluindo o sistema nervoso, os rins, o fígado e os órgãos reprodutivos, além de efeitos no ganho de peso e problemas auditivos. No entanto, o maior risco pode ser o seu efeito neurotóxico, uma vez que pode alterar o desenvolvimento neuronal.
De acordo com a regulamentação da União Europeia, peixes como o espadarte e outros como o tamboril ou o atum podem apresentar um teor máximo de 1 mg de mercúrio por cada quilograma de produto. O espadarte excedia estes limites estabelecidos e a quantidade de mercúrio por quilograma era de 1,9 mg, de acordo com as análises.

Os benefícios de comer peixe
De acordo com a Fundação Espanhola do Coração, o consumo de peixe numa dieta equilibrada traz grandes benefícios para a saúde. Especialistas em nutrição e saúde recomendam este consumo como um dos mais saudáveis para obter proteína animal.
- Benefícios cardiovasculares: graças à presença de ácidos ómega-3 e aos valores não excessivos de gorduras próprias dos mamíferos, principalmente saturadas, o consumo regular de peixe diminui o risco de inflamações e, consequentemente, de acidentes cardiovasculares por obstrução das veias e artérias. Pelo mesmo motivo, também pode contribuir para uma pressão arterial mais baixa.
- Menor risco de desenvolvimento de diabetes: a fluidez que os ómega-3 conferem à membrana celular diminui o risco de desenvolvimento de diabetes e produz uma melhor aceitação da energia fornecida pela insulina, sem sobrecarregar o sistema de produção desta.
- Ajuda contra a depressão e a ansiedade: uma ingestão mantida de ácidos gordos ómega-3 pode ter um efeito preventivo contra a inflamação no cérebro das lipoenzimas LOX e CYP450, o que poderia ter um efeito protetor contra a ansiedade e a depressão.
- Uma fonte de vitaminas: o consumo de peixe fornece vitaminas lipossolúveis do tipo A, B1, B2, B3, B12 e E. Além disso, a abundância de peixe, especialmente o azul, como a sardinha e a cavala, é uma fonte rica em vitamina D.
- Fornece proteínas de alta qualidade: a proteína de alta qualidade ou limpa é aquela que contém todos os aminoácidos essenciais, mas sem as substâncias oxidantes e inflamatórias próprias da carne vermelha. Nesse sentido, tanto o peixe branco quanto o azul são muito saudáveis.
- Mantém os níveis de colesterol baixos: os ácidos gordos ómega 3, no caso do peixe azul, mantêm o colesterol LDL baixo, ocupando o seu lugar em muitos processos em que intervém a membrana celular.