Colorido, espetacular e cheio de propriedades benéficas: o fruto do dragão não é apenas bonito de se ver, mas é um verdadeiro remédio para o intestino, o sistema imunitário e muito mais.
É por isso que vale a pena levá-lo para a mesa.
Parece ter saído de um filme de animação ou da mente criativa de um designer com veia tropical. A fruta do dragão, ou pitahaya para os amigos mais experientes, é um daqueles casos em que a natureza se divertiu a brincar com as formas e as cores. Casca rosa vivo, pontas verdes como gavinhas de uma planta imaginária e uma polpa manchada que lembra biscoitos e natas: é difícil ficar indiferente diante de tal maravilha.
É preciso dizer que há muito mais além da aparência espetacular. A primeira degustação nos traz uma mistura de pêra e kiwi, com uma doçura sutil e um toque crocante que dá frescor ao paladar. Não muito doce, não muito ácido, em perfeito equilíbrio. Além do sabor, é a lista de seus benefícios que o torna interessante.

Uma fruta tropical que vem de longe
Originária das regiões tropicais da América Central – sul do México, Guatemala, Costa Rica, El Salvador – e pertencente ao género Selenicereus, a fruta do dragão cresce em cactos trepadores que se agarram a postes e redes, como se fossem videiras retorcidas e espinhosas. Hoje em dia, também é cultivada na Ásia, na Austrália, nas Caraíbas e em muitas outras regiões quentes do mundo. E tornou-se uma presença constante nos mercados biológicos, nos batidos dos bares saudáveis e nas tigelas instagramáveis dos influenciadores.
Existem várias variedades, sendo a mais comum a de casca rosa e polpa branca, mas também existem versões com polpa vermelha ou roxa, até mesmo com casca amarela, mais raras e geralmente mais doces.

Pouquíssimas calorias, cheio de nutrientes
Uma porção de 100 gramas de fruto do dragão contém cerca de 57 quilocalorias, praticamente nada. O seu conteúdo é principalmente água — quase 87% —, o que o torna um lanche hidratante e que sacia a sede. Um fruto «leve», que esconde um concentrado de elementos preciosos.
Em destaque está a vitamina C, fundamental para as defesas imunitárias, acompanhada por uma boa dose de antioxidantes, incluindo carotenóides, flavonóides e selénio. Todos aliados contra o stress oxidativo e as inflamações crónicas, esses inimigos silenciosos que, com o tempo, abrem caminho para doenças cardiovasculares, diabetes e até alguns tipos de cancro.
Faz bem ao intestino. E não é só uma forma de dizer
Quem tem problemas de prisão de ventre, inchaço ou simplesmente procura manter a regularidade, encontrará na pitahaya uma aliada preciosa. Uma única chávena fornece cerca de 7 gramas de fibras: um terço das necessidades diárias. Fibras solúveis e insolúveis que atuam em várias frentes.
Regularizam o trânsito intestinal, nutrem a microbiota — aquele universo microscópico que habita o nosso intestino — e contribuem para a saúde metabólica. E há mais: esta fruta é rica em prebióticos naturais, compostos que não digerimos, mas que servem de combustível para as bactérias «boas» do nosso intestino.
Uma flora intestinal equilibrada não significa apenas uma digestão eficiente, significa também um sistema imunitário mais forte, uma pele mais saudável e até mesmo um humor mais estável.

Magnésio, ferro e potássio: uma reserva mineral a não subestimar
Na pitahaya também encontramos minerais essenciais como o magnésio – cerca de 14 mg por 100 g – que participa em mais de 300 reações bioquímicas no nosso organismo. O ferro, útil para combater a fadiga e manter os níveis de hemoglobina em equilíbrio. E o potássio, fundamental para a pressão arterial e para a transmissão dos impulsos nervosos.
Na prática, um pequeno fruto que oferece grandes recursos.
O coração também ganha
Alguns estudos sugerem que a mistura de fibras, antioxidantes e ácidos gordos contidos nas sementes do fruto pode contribuir para melhorar a saúde cardiovascular. Os óleos das suas sementes — semelhantes aos de outros cactos — contêm ácidos gordos insaturados, como o linoleico e o oleico, conhecidos pelos seus efeitos positivos sobre o colesterol.
Não se trata certamente de um medicamento, mas, incluído numa dieta variada e equilibrada, o fruto do dragão pode dar uma ajuda concreta ao bem-estar geral.

Bom, bonito e versátil
É bom sozinho, cortado ao meio e comido à colher, mas também funciona muito bem em batidos, saladas de fruta, sorvetes ou mesmo em pratos salgados à base de peixe ou legumes grelhados.
Alguns congelam-no em pedaços e usam-no para enriquecer smoothie bowls coloridos, com um efeito visual garantido.
Não é por acaso que se tornou o ídolo de muitos food bloggers: é fotogénico, saudável e presta-se a mil interpretações.
Quando comer e como escolher
A melhor altura para saborear o fruto do dragão é entre a primavera e o verão. É cada vez mais fácil encontrá-lo em supermercados bem abastecidos e em lojas de produtos biológicos. Para escolher um fruto maduro, é preciso confiar na visão e no tato: deve ter uma casca brilhante, sem manchas escuras, e deve ceder ligeiramente à pressão dos dedos.
Uma vez em casa, pode ser conservado no frigorífico durante alguns dias. Se quiser consumi-lo mais tarde, também pode congelar a polpa já cortada.